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quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

O que as 50 Sombras de Grey trouxeram à Luz


Veja a leitura psicológica do fenómeno AQUI (Entrevista na TVI 24)
e
Leia o artigo sobre o tema AQUI (Sexo: Das Sombras à Luz - Revista Visão)


A sexualidade não tem idade. Tem diversidade. E muitas formas de expressão, movidas por razões igualmente diversas. Pelo prazer da descoberta, por pura diversão, por uma questão de preferência ou como via de transformação pessoal.

Sempre tem sido assim, mas vivido na sombra. Daí que, de tempos a tempos, venha à tona uma música, um livro ou um filme que se converte num fenómeno social e mediático. Que destrone ideias feitas acerca do que é o Normal, o prescrito, em matéria de jogos entre adultos. Cada tempo e transição social e de costumes tem os seus ícones, agents provocateurs incluídos.

Década a década, costumes e práticas de imensas minorias vão saindo do armário. Nesta, a era da tecnologia, do marketing e da globalização, o desafio é dar permissão ao BDSM para entrar, sem culpas nem o rótulo de perturbação mental, na domesticidade conjugal e na vida de cada um. Com aceitação social, portanto.

Será esse o «segredo» da trilogia da best seller americana E L James (e da versão cinematográfica)? BDSM goes mainstream? Como ficção que é, não podem deixar de lá estar os ingredientes clichê que prendam o espetador (as espetadoras, já agora): as tormentas secretas do herói poderoso e as vicissitudes da jovem que se apaixona por ele. Nada de novo, apenas uma nota diferente: face a obras do género (romances, dramas ou thrillers eróticos), a «moral da história» promete ser menos fatalista. E, talvez até, fantasista.




domingo, 7 de dezembro de 2014

Quinta Dimensão


Hans Zimmer é um nome incontornável no universo dos compositores de bandas sonoras. Fã incondicional dos seus trabalhos, cativa-me a evolução que ele vai fazendo, obra atrás de obra, surpreendendo-me sempre. A última surpresa resulta da parceria feliz com o realizador Christopher Nolan, no filme Interstellar (ver mais em The Story Of How Hans Zimmer Wrote The Interstellar no Business Insider, a partir de um artigo do The Guardian, assinado por Tom Shone).

Já em Inception (do mesmo realizador), sobre o sonho dentro do sonho (e as dimensões do real), o Tempo teve direito a uma faixa, Time, na banda sonora, que inclui ainda uma versão mais alargada do tema. Em Interstellar, o Tempo é uma presença que vai sendo explorada ao longo de todo o filme e volta a merecer destaque numa das faixas, Afraid of Time.

Existir é um processo solitário, que ganha sentido quando é vivido através do olhar de um outro e na relação com ele, o que nos torna plenamente humanos. Finitos numa dimensão, infinitos numa outra: os sonhos e as singularidades de hoje transformam-se nas memórias futuras de nós, em outros, amanhã. No espaço intergaláctico e nos trilhos vivos do nosso ADN.

Tanto em Inception como em Interstellar, o dilema dos protagonistas só começa a deixar de o ser quando eles desafiam os limites do que concebem como possível ou real, saindo então do paradoxo. 
A parceria Zimmer-Nolan tem o mérito de veicular, na perfeição, esta possibilidade de conceber o impossível e mergulhar numa nova dimensão.


O poema de Dylan Thomas, Do Not Go Gentle Into That Good Night, pano de fundo do épico espacial Interstellar – e já não via um filme de ficção assim desde 2011 Odisseia no Espaço – transporta-nos para essa quinta dimensão, O que tiver de acontecer, acontecerá. Mas que não seja gentil e conformada (desesperançada, até) a longa viagem de uma estrela. Ou a evolução de uma espécie. 

Nem a curta jornada de um homem, que abre os olhos à luz sabendo que caminha para o sono e a escuridão. Sabendo também, e por fim, que a matéria não existe sem o coração dos buracos negros (a singularidade, assim se designa, na Física), onde o tempo do relógio para e o espaço deixa de existir. A quinta dimensão tem um som e Zimmer soube captá-lo.