Se tem entre 40 e 64 anos, este é o tempo para desfrutar a
vida sem pedir licença e por mérito próprio. É o tempo de saborear metas
alcançadas e aspirar, ainda, a realizar plenamente sonhos por cumprir.
O meio
da vida pode ser tudo isto, mas é também um desafio à capacidade de gerir tensões
acrescidas. Na linha do tempo, os middle
agers sentem-se hoje mais entrincheirados do que há duas décadas atrás, entre
os seus filhos e os seus pais.
A tão almejada autonomia tranquila parece ficar
cada vez mais comprometida para a «geração sanduíche», como lhe chamou o
psiquiatra americano Michael Zal, nos anos 1990. Entrar nos «entas» afigura-se
um desafio mais complexo, que requer uma ginástica singular e criativa, a condizer
com os tempos pós modernos, líquidos e, por vezes, com poucas pausas para
respirar. O que fazer?
Um minuto com… o
psiquiatra H. Michael Zal
Ganhou fama mundial com a obra A Geração Sanduíche: Entre Filhos Adolescentes e Pais Idosos (ed.
Difusão Cultural). Tem 71 anos, exerce clínica privada há mais de 40, no Estado
da Pensilvânia.
O que mudou desde
que escreveu o livro?
Há mais tempo de vida. Procura-se ficar ativo pelo maior
tempo possível, também pelo receio de ficar excluído ou à mercê de serviços
assistenciais. O envelhecimento ainda não é socialmente respeitado.
Que dificuldades
são mais comuns hoje, quando se chega ao meio da vida?
Os problemas de emprego, de proteção social e na saúde.
Jovens e seniores estão a voltar para a casa de família quando ficam sem
trabalho. Não é fácil, mas todos encaram a situação como transitória. As
maiores dificuldades são emocionais: deixar sonhos não realizados e ver as
metas atingidas como suficientes.
Como viver ensanduichado no panorama atual e tirar
proveito disso?
Ter expectativas realistas. Respeitar o espaço próprio, sem
esquecer o dos outros, que acontece muito em períodos críticos. Criar
oportunidades de diversão, mesmo na adversidade, porque aproxima as pessoas e
melhora a convivência entre gerações.
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