A história de Emily White
Uma advogada sem filhos, a quem nunca faltaram
amigos e interesses, passava a maior parte do tempo por sua conta. O problema era a permanente sensação de desligamento face ao que estava à sua volta, sobretudo
a partir dos 30 anos. Emily investigou o assunto e escreveu um livro onde revela estudos, testemunhos e relatos na primeira pessoa. Depois de experimentar fármacos contra a ansiedade e depressão, fórmulas herbais, uma linha telefónica de aconselhamento e hipnose, a autora continuava sem perceber a razão de tanto desconforto.
Recorreu à psicoterapia. Nas sessões, tomou contacto com a raiva não expressa em criança, por sentir-se distante ao lado de um pai de fim-de-semana e de uma mãe sozinha, com a qual se veio a identificar em adulta. As as suas escolhas de vida - decidir não ter filhos, um trabalho solitário e uma morada remota, longe da família – espelhavam isso. Aos 40 anos, aventurou-se numa vida a dois.
Recorreu à psicoterapia. Nas sessões, tomou contacto com a raiva não expressa em criança, por sentir-se distante ao lado de um pai de fim-de-semana e de uma mãe sozinha, com a qual se veio a identificar em adulta. As as suas escolhas de vida - decidir não ter filhos, um trabalho solitário e uma morada remota, longe da família – espelhavam isso. Aos 40 anos, aventurou-se numa vida a dois.
Após quatro anos mergulhada no problema, Emily avançou para as conclusões:
- «Quem se sente só raramente o admite, por sentir culpa ou vergonha [que só complicam].»
- «Na nossa cultura [tecnológica], passamos cada vez mais tempo sozinhos. Paradoxalmente, impele-nos para uma socialização ativa a todo o custo.»
- «A relação amorosa não mudou o hábito de pensar-me como solitária (…) mas preciso do conforto que pode ser dado por outra pessoa.»
Considerações
Medir comportamentos é próprio do método experimental, usado na investigação psicológica. Um teste deve servir para refletir, mais do que classificar.
Fazer um teste é um convite à auto-análise. Para responder ao que mede a solidão, passei inevitavelmente por memorias de me ter sentido e me foi difícil admiti-lo.
Socializar é desejável, mas estar em grupo, numa base regular, exige uma boa dose de adaptação e dispêndio de energia.
Alternar o convívio com períodos de isolamento e contemplação, se eles revigoram e inspiram, parece sensato (sobretudo antes de tomar decisões ou após um intenso período de trabalho!)
Sem comentários:
Enviar um comentário
Comentar