Detroit: In Between é uma viagem de 34 minutos, com a voz e os rostos de seis pessoas que habitam - e intervêm - na cidade em transição. Os espaços renovam-se, ganham outras funcionalidades, sem abandonar as que as antecederam, ou melhor, reconhecendo-lhes valor. Como a casa cortada a meio por uma nova estrada em construção que, em vez de demolida, é parcialmente usada para iniciativas culturais. "Os rituais de luto individuais e a expressão criativa permitem criar algo intermédio, onde o velho e o novo possam coabitar", explica o terapeuta /realizador. "Eliminar ou negar o que foi traumático impede que a mudança aconteça, que tenha direito a um lugar."
Os fantasmas do passado das vítimas representam assuntos não resolvidos e intergeracionais, que merecem, segundo o autor, uma abordagem terapêutica mais ampla, "que se guia menos pelas interpretações académicas e se aproxima mais do paciente, sem temer a intensidade emocional que isso envolve". Na sala de consulta e no tecido urbano: "Precisamos de entrar na cidade, vê-la a partir de dentro e usar as competências clínicas em projetos com um alcance direto, que tragam significado à vida das pessoas."
C.S.
(publicado no site da Visão, a 11.04.2013)
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