Os que nem sempre se amam,
E aqueles que trocam de pele em segredo.
À boleia dos sentidos,
Entram em transe,
Saem de si.
Há um instante para cada amante,
Fragmentos de fúria, paixão,
E, sempre, a dissolução desarmante.
A chama que aquece, consome,
Nem sempre tira a fome,
O impulso de fugir ou magoar.
Pode não ser brilhante,
O amante,
Na sua sensata nudez.
Pode nem fazer amor,
Nem render-se ou conquistar,
Sem que sinta falta de ar.
Amar é um estado líquido.
Sabe-o todo o militante:
O importante é ser amante.
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